segunda-feira, 13 de julho de 2020

Yahoo - Yahoo (1988)

Em 1988, o guitarrista Robertinho de Recife já era um nome de peso na música brasileira quando decidiu montar uma banda que tocasse um soft-rock brasileiro, salpicada com algumas versões de hits de roqueiros internacionais. A ideia não era exatamente nova; durante a jovem guarda, vários artistas, individualmente (como Roberto Carlos e Erasmo Carlos) ou em grupos (como Renato e Seus Blue Caps) já fizeram isso. Mas o tipo de rock era diferente -  predominava o rock n' roll. Agora, Robertinho pretendia usar o hard rock.

Decidiu chamar a banda de Yahoo (nada a ver com o motor de buscas de mesmo nome, que ainda nem existia na época). Embora não tenha completado nem dois anos com o grupo (que continuou sozinho depois de sua saída), sua ideia deu mais do que certo: os primeiros dois anos de existência produziram versões memoráveis. O primeiro hit foi a versão para a canção de Def Leppard "Love Bites", que virou o estrondoso sucesso "Mordida de Amor" ("Quando faz amor/Se olha no espelho/Será que você/Gosta mesmo de mim"). O sucesso foi maior ainda quando a faixa foi escolhida como tema da novela global "Bebê a Bordo". Aí, ela ganhou as FMs incessantemente.

Do mesmo LP, saiu a baladinha "Pra Você Voltar" e a sem graça "Delicious" (que entrou para a trilha sonora de "O Salvador da Pátria", também novela da Rede Globo). Apesar desse deslize, o saldo do disco é bastante positivo e remete a um tempo que não volta mais.

Raridade.


01- Bobo    [05:07]
02- Nunca Mais [03:30]
03- Pra Você Voltar  [03:49]
04- Amor Me Chama    [03:24]
05- Mil Doses De Prazer [04:13]
06- Moradia de Amor  [04:08]
07- Que Saudade Dá   [04:21]
08- Delicious    [03:42]
09- No País do Nada   [03:56]
10- Vida De Cachorro  [02:40]


sábado, 13 de junho de 2020

Fábio Jr. - Sem Limites Pra Sonhar (1986) / Obrigado (1996)

Esta é uma postagem dupla. Em 1986, Fabio Jr. entrou nas paradas de sucessos com diversos hits, dentre eles "Desejos e Delírios" e a belíssima "Sem Peso e Sem Medida", além da faixa-título "Sem Limites Pra Sonhar", que trouxe a participação especial de Bonnie Tyler. Dez anos depois, Fábio Jr. volta não tão "internacionalizado" assim, mas mais romântico do que nunca, com o CD "Obrigado". 

A faixa escrita pelo excepcional Marinho Marcos faz os versos e a melodia de "Tinha Que Ser Com Você" ("Foi bom demais /Te encontrar/Te conhecer/Parece que já estava escrito") grudar na cabeça (mas não confunda com a  música de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira). A regravação da canção de Márcio Greyck "Impossível Acreditar Que Perdi Você" também é destaque, além de "Coração Caçador".

CDs fora de catálogo.


Cd 1

01 - Sem Limites Pra Sonhar (Reaching For The Infinite Heart)    [04:24]
02 - Sem Peso E Sem Medida    [04:28]
03 - Uma Vez A Mais    [03:46]
04 - Desejos E Delírios    [04:18]
05 - Hoje-Amanhã    [03:57]
06 - Um Romance    [04:42]
07 - Só Querer    [04:36]
08 - Vida Humana         [05:27]
09 - Depois Eu Explico [04:36]


Cd 2

01 - Obrigado    [04:47]
02 - Tinha Que Ser Com Você    [04:17]
03 - Entrega    [04:38]
04 - Impossível Acreditar Que Perdi Você    [03:40]
05 - Coração Caçador    [04:11]
06 - Apaixonado    [03:46]
07 - Não Me Condene    [04:16]
08 - Nem Pensar    [04:09]
09 - Acredito No Amor    [04:01]
10 - Eu, A Saudade E A Viola    [04:22]
11 - Lar Doce Mar    [05:41]
12 - Um Pescador E Sua Mágoa    [04:26]
13 - Chico Xavier    [02:57]



sábado, 21 de março de 2020

Slade - Feel The Noise: Greatest Hits (1997)

Slade é um grupo de rock inglês formado na época do Glam rock, no início dos anos '70, e seu período de maior sucesso foi naquela década. O primeiro álbum do grupo saiu em 1969 e, durante dois anos (e dois discos), não conseguiram sucesso, até que o produtor pediu que gravassem um cover de Little Richard, "Get Down and Get With It". Assim, pela primeira vez, conquistaram a posição de número 16 no Top 20 do Reino Unido.

O feito serviu de inspiração para o vocalista-guitarrista Noddy Holder e o baixista Jim Lea escreverem "Coz I Luv You" -  e que inspiração! A música catapultou-os para o número 1 no Reino Unido, um bom motivo para lançar um novo LP. Veio "Slayed", de 1972, que trouxe o hit "Mama Weer All Crazee Now" e outro número 1 nas paradas inglesas. O single que se seguiu, "Gudbuy T' Jane", manteve  a mesma linha do anterior e uma percussão intensa, o que lhe rendeu a 2a posição na Inglaterra.  

Em 1973 sai "Cum On Feel the Noize". Mesmo quem não conhece a banda, conhece a música: "Cum on feel the noize/Girls grab your boys/We get wild, wild, wild/Wild, wild, wild". Escrita por Holder e Lea, tinha o intuito de retratar o clima dos shows do grupo, com muita animação, garotas agarrando seus namorados na platéia, enquanto a banda enlouquecia no palco. Essa agitação toda rendeu outro número 1 nas paradas e, dez anos depois, uma regravação feita pelo grupo de heavy metal Quiet Riot (que substituiu "Girls grab your boys" por "Girls rock your boys" no refrão), rendeu a posição de número 5 na Billboard Hot 100.

Este CD reúne estes e outros sucessos, tal como a balada "My Oh My" (de 1983) e "Far Far Away" (de 1974). Vale a pena!


01 - Get Down And Get With It  [03:50]
02 - Coz I Luv You    [03:26]
03 - Look Wot You Dun    [02:55]
04 - Take Me Bak 'Ome     [03:14]
05 - Mama Weer All Crazee Now  [03:46]
06 - Gudbuy T' Jane    [03:33]
07 - Cum On Feel The Noize    [04:32]
08 - Skweeze Me, Pleeze Me    [04:31]
09 - My Friend Stan    [02:42]
10 - Everyday             [03:11]
11 - Bangin' Man     [04:12]
12 - Far Far Away    [03:37]
13 - How Does It Feel    [05:56]
14 - In For A Penny        [03:37]
15 - We'll Bring The House Down    [03:35]
16 - Lock Up Your Daughters    [03:34]
17 - My Oh My    [04:14]
18 - Run Run Away    [03:45]
19 - All Join Hands     [04:17]
20 - Radio Wall Of Sound     [03:48]
21 - Merry Xmas Everybody [03:27]


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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Olivia Newton-John - I Honestly Love You: Her Greatest Hits (1995)

Esta coletânea de 1995 traz algumas canções que ficaram de fora do "Back To Basics" de 1992, principalmente as faixas de antes da década de '80. Uma das atrações deste CD é "Long Live Love", uma "fanfarra" com a qual Olivia concorreu no Eurovision Song Contest, em 1974. Embora não tenha levado o prêmio do festival (quem ganhou foi o ABBA, com "Waterloo"), a faixa foi lançada em single em diversos países e acabou se tornando um sucesso.

"The Air That I Breathe", conhecida originalmente na voz do grupo The Hollies, fez parte do álbum "Have You Ever Been Mellow" (de 1975) e ganhou contornos entre o folk e o country, inicialmente mais suaves que a gravação original para, no minuto final, ganhar uma bateria mais intensa. "If", de 1972,  é uma regravação da música do grupo Bread e manteve a doçura da canção original. "Take Me Home, Country Roads", de 1973, é uma regravação da canção de John Denver com um andamento mais rápido.

"Banks of The Ohio" teve inúmeras regravações ao longo dos anos. Esta é uma das mais conhecidas. Apesar da melodia alegre, a letra narra uma tragédia: uma garota que, ao revelar seu desejo em casar-se com um rapaz, recebe dele um "não". Decepcionada, ela o esfaqueia, enquanto estavam sentados num banco de Ohio, perto do rio. A música fez sucesso no Reino Unido em 1971.

"I Honestly Love You" está presente em inúmeras coletâneas e, por ser um dos maiores sucessos da cantora, também figurou aqui, para abrir o álbum. CD raro.


01 - I Honestly Love You   [03:42]
02 - If Not For You    [02:57]
03 - Long Live Love  [02:50]
04 - The Air That I Breathe    [03:54]
05 - Heartbreaker    [02:34]
06 - Help Me Make It Through The Night [02:25]
07 - Banks Of The Ohio    [03:19]
08 - If                                 [02:31]
09 - If We Only Have Love [03:26]
10 - Loving Arms    [02:58]
11 - No Regrets       [03:31]
12 - What Is Life     [03:26]
13 - If You Could Read My Mind    [03:45]
14 - Angel Of The Morning  [03:57]
15 - Country Girl                  [03:53]
16 - Music Makes My Day   [03:15]
17 - Amoureuse    [03:41]
18 - Take Me Home, Country Roads    [03:21]


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sábado, 25 de janeiro de 2020

Paul McCartney - All The Best! (1987)

Esta é uma coletânea lançada em 1987, contendo alguns dos vários sucessos do ex-Beatle Paul McCartney e a na época inédita "Once Upon A Long Ago" (que também virou um hit). 

"Once Upon..." foi escrita originalmente para um filme a pedido do diretor Rob Reigner, mas acabou sendo rejeitada por ser "sentimental demais". Paul, então, tomou-a para si e fez dela um single. Ela não fez feio: chegou a décima posição nas paradas britânicas.

"We All Stand Together" é da animação "Rupert And The Frog Song", dirigida por Geoff Dunbar e produzida pelo próprio Paul. A canção é simples e bacaninha e serve para embalar a estória de um urso que decide caminhar pelas colinas e, ao longo do caminho, acaba encontrando outros personagens. "All The Best!" é uma das únicas coletâneas a incluir esta música (a outra é "Pure McCartney", de 2016, mas incluída apenas na versão Deluxe).

"Band On The Run" é um clássico dos Wings, banda de Paul na década de '70, do LP homônimo. É um rock progressivo e, ao mesmo tempo, um pop-rock em três tempos, parecendo três músicas numa só (lembra o que ele e os Beatles já haviam feito anteriormente em "A Day In The Life"). Começa com uma baladinha bem lenta e simpática, de vocais suaves; cerca de 1 minuto depois, os toques ainda leves de guitarra já denotam uma transformação para, em outro minuto, uma introdução mais "poderosa" iniciar a faixa que realmente será ouvida no restante dos cinco minutos de música - um pop-rock alegre e dançante. Segundo contou o próprio cantor, "Band..." um posicionamento contra a criminalização do uso de drogas e narra a estória de algumas pessoas presas ("Stuck inside these four walls...") que, eventualmente, conseguem fugir ("As we fell into the sun..."), enquanto são arduamente procuradas ("In the town they're searching for us everywhere/ But we never will be found"). O verso que antecede o primeiro refrão, "I hope you´re having fun", pode ter dois significados: a alegria de estar fora da prisão ou a "alegria" de poder, finalmente, viajar de novo numa substância  alucinógena...e cada um entenda como quiser. Sem dúvida, uma grande música!




"Jet", do mesmo álbum, é um rock com trechos mais "desacelerados", onde Paul conta sobre sua impressão ao conhecer o pai de sua então esposa, Linda. A letra soa nonsense em sua maior parte, mas é legal de ouvir. Já a lenta "My Love" é a típica balada de amor a la McCartney, uma clara declaração à Linda, sem rodeios, e deliciosa de se ouvir. "Silly Love Songs" é mais rápida, bem pop, e contagiante, mas nem por isso deixa de ser uma canção de amor (o título já entrega o ouro). "Ebony And Ivory" é um hino à igualdade, afirma que todos somos iguais, e talvez não houvesse voz melhor para acompanhar Paul na canção que não a de Stevie Wonder.

Coletânea indispensável!


01 - Jet    [04:9]
02 - Band On The Run    [05:14]
03 - Coming Up    [03:53]
04 - Ebony And Ivory (com Stevie Wonder)   [03:44]
05 - Listen To What The Man Said    [03:57]
06 - No More Lonely Nights    [04:40]
07 - Silly Love Songs    [05:56]
08 - Let 'Em In    [05:12]
09 - C Moon    [04:35]
10 - Pipes Of Peace    [03:26]
11 - Live And Let Die  [03:14]
12 - Another Day  [03:43]
13 - Once Upon A Long Ago [04:11]
14 - Say Say Say [03:56]
15 - My Love     [04:10]
16 - We All Stand Together [04:25]
17 - Mull Of Kintyre    [04:46]


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sábado, 21 de dezembro de 2019

Rick Astley - Whenever You Need Somebody (1987)

Se você ouvia música na década de 80, com certeza conhece esse disco e, talvez, até tenha um exemplar empoeirado, largado em algum canto de sua casa.  "Whenever You Need Somebody" é o retrato mais puro de toda uma geração que sacolejou ao som das batidas pulsantes da dance music de Rick Astley, sob as asas do trio de produtores Stock-Aitken-Waterman (também responsável pelo início das carreiras de Kylie Minogue, Jason Donovan e Sonia Evans)

Rick Astley era o baterista de uma banda do condado de Lancashire, Inglaterra, quando seu vocalista decidiu sair, deixando o cargo desocupado. Astley se ofereceu para ocupar o posto e, após algumas apresentações, sua voz poderosa chamou a atenção de Peter Waterman. Produtor musical e proprietário de um estúdio londrino, Peter convenceu-o a voar para Londres e a gravar "When You Gonna", uma parceria com a cantora Lisa Carter. Não deu muito certo. Outra música lhe foi oferecida, agora para que cantasse sozinho: "Never Gonna Give You Up". Lançada em agosto de 1987, com a produção de Mike Stock, Matt Aitken e do próprio Peter, a canção explodiu nas paradas e, um ano depois, ganhava o famoso BRIT Awards (na época, chamado de BPI Awards).

Seu single seguinte, "Whenever You Need Somebody", alcançou a primeira posição em diversos países, ganhando o Disco de Platina quatro vezes no Reino Unido e no Canadá, e duas vezes nos EUA.  Em novembro de 1987, sai o álbum completo. O LP catapultou à primeira posição "Together Forever" e "It Would Take a Strong, Strong Man". Desse mesmo álbum, a regravação da música de Nat King Cole "When I Fall In Love" também obteve sucesso, com interpretação e arranjos impecáveis.

CD para matar saudades!


01 - Never Gonna Give You Up    [03:36]
02 - Whenever You Need Somebody [03:57]
03 - Together Forever  [03:29]
04 - It Would Take A Strong, Strong Man    [03:45]
05 - The Love Has Gone    [04:23]
06 - Don't Say Goodbye     [04:12]
07 - Slipping Away    [03:56]
08 - No More Looking For Love  [03:16]
09 - You Move Me    [03:46]
10 - When I Fall In Love  [03:03]

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sábado, 7 de dezembro de 2019

The Beatles - Hey Jude (1970)

"Hey Jude" é uma coletânea, originalmente lançada em 1970 nos EUA, que reuniu diversos hits dos Beatles que figuraram apenas em singles, e outras canções "lados B". As exceções ficam por conta de "Can't Buy Me Love" e "I Should Have Known Better", que foram tiradas de "A Hard Day's Night".

"Lady Madonna" saiu em single em 1968 e seu som tem clara influência de Little Richard.   "Don't Let Me Down" possui letra simples, onde a frase do título é repetida diversas vezes (mas que não prejudica em nada a canção); John compôs a faixa tendo Yoko Ono em mente, realçando o amor entre eles. A música "Paperback Writer" foi composta como sendo uma carta escrita por um autor para um editor, querendo desesperadamente que seu livro seja publicado, e suplica: "I need a job"(Eu preciso trabalhar).  O autor diz, mais ou menos, do que se trata o romance, e pergunta se ele iria lê-lo, e avisa: há mais páginas por vir, além daquele breve rascunho. A estória da música foi bem recebida e catapultou-a para o número 1 da Billboard Hot 100.

"Hey Jude" é uma pérola de Paul McCartney;  com seus 7 minutos de duração, parecia uma eternidade para a época.  Aliás, é grandiosa não somente no tempo como na quantidade de músicos que utilizou: uma orquestra com 36. A canção é um olhar de apoio para as situações difíceis, inicialmente escrita para o filho de Lennon,  Julian, com o objetivo de confortá-lo perante a separação de seus pais. Acabou virando número 1 em diversos países. Seu lado B trouxe "Revolution" , uma canção pacifista de John Lennon. Nela, ele apoia as ideias de quem quer mudar o mundo, mas sem destruição. Esta versão do single tornou-se a mais conhecida, mas não é a mesma que acabou figurando no "The White Album", bem mais lenta.

CD para ouvir inteiro!



01 - Can't Buy Me Love   [02:18]
02 - I Should Have Known Better   [02:49]
03 - Paperback Writer    [02:24]
04 - Rain    [03:08]
05 - Lady Madonna    [02:24]
06 - Revolution    [03:31]
07 - Hey Jude    [07:16]
08 - Old Brown Shoe    [03:26]
09 - Don't Let Me Down    [03:41]
10 - The Ballad Of John And Yoko    [03:03]

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sábado, 23 de novembro de 2019

Lucinha Lins - Sempre, Sempre Mais (1982)

Lucinha Lins é o nome artístico da carioca da Tijuca Lúcia Maria Werner de Carvalho Vianna, que iniciou no cenário musical com o grupo Movimento Artístico Universitário. Tempo depois, conheceu o cantor e compositor Ivan Lins, com quem acabou se casando (daí o Lins de seu nome). Com ele, participou dos vocais nos seus shows e em seus discos, ao mesmo tempo em que disputava festivais de música pelo país e gravava diversos jingles. Em 1981, venceu o Festival MPB Shell, interpretando "Purpurina" (que também está neste álbum), mas foi vaiada pelo público, que preferia "Planeta Água", de Guilherme Arantes. Meses depois, estreou o espetáculo “Sempre, Sempre Mais”, com o bailarino Cláudio Tovar. As músicas escritas por Ivan Lins e Vitor Martins para o show viraram, então, este magnífico LP .

A voz doce e, ao mesmo tempo forte da artista, garantiram o sucesso do álbum. Não dá para não ir às estrelas ouvindo a versão de "When You Wish Upon a Star" ("Se Uma Estrela Aparecer"), conhecido tema da Disney, embalado por um belo arranjo e pela delicadeza de seu canto. A sensual "Mudança dos Ventos", com o apoio vocal de Ivan, é ao mesmo tempo ousada e romântica, ao pedir "Me revista, me excita (...)/Me tira essa vergonha /Me mostra, me exponha". 

"Sempre, Sempre Mais" é uma ode ao dom de atuar e cantar num palco, que reflete como essa exposição pode mudar completamente uma pessoa para melhor. É uma das músicas de maior sucesso do LP.

Um ano depois do lançamento do LP, Lucinha se casaria com seu parceiro de espetáculo, com quem dividiu, inclusive, os vocais de "Enquanto Eu Brilhar" (uma bem humorada troca de 'farpas' entre um casal) e "Virou Vício" (uma mescla de MPB com musical da Broadway).

Álbum memorável e raríssimo; puro deleite.


01- Virou Vicio (com Cláudio Tovar)   [03:42]
02- Se Uma Estrela Aparecer    [02:01]
03- Espelho De Camarim    [03:23]
04- A Cidade Dos Artistas    [02:35]
05- A Hora Do Touro    [02:42]
06- Mudanca dos Ventos    [02:06]
07- Sempre, Sempre Mais    [04:30]
08- Surpresa    [03:51]
09- Assobiando E Chupando Cana    [02:14]
10- Purpurina    [04:05]
11- Enquanto Eu Brilhar (com Cláudio Tovar)  [02:04]

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sábado, 16 de novembro de 2019

The Clash - The Story Of , Vol. 1 (1988)

The Clash surgiu no cenário londrino em 1976, pegando carona na onda Punk-Rock que estava assolando o Reino Unido (bem como outras partes do globo) a partir da metade da década de '70. Com Joe Strummer nos vocais, Mick Jones na guitarra (e vocais em algumas músicas), Paul Simonon no baixo e Nicky Headon na bateria, a banda lançou seu primeiro LP homônimo em 1977, um mês depois do primeiro single, "White Riot", chegar a posição de número 34 no Reino Unido.  O álbum conseguiu um sucesso relativo, embora nos EUA isso só fosse acontecer dois anos depois, com o lançamento de "London Calling", terceiro álbum do grupo.

Desse álbum, as faixas "Train In Vain" (bem legalzinha, mas que nunca menciona o título na letra) e "Clampdown" viraram singles e entraram nesta coletânea, bem como "The Guns of Brixton". "I Fought The Law" é do grupo The Crickets e ganhou uma roupagem bem mais bacana com The Clash, nesta versão de 1979. O funky "The Magnificent Seven" (do álbum triplo "Sandinista!", de 1980) foi inspirado na sonoridade das músicas de Grandmaster Flash e Sugarhill Gang, trazendo o então não muito conhecido Rap para um novo público. "This Is Radio Clash" não está em nenhum LP do grupo, tendo saindo somente em single em 1981 - provavelmente por causa de sua sonoridade diferente, que parecia mais Disco do que punk-rock.

Mas a música que a maioria das pessoas conhece mesmo é "Sould I Stay Or Should I Go", do LP "Combat Rock" (1982) que, com seu refrão "pauleira", contribuiu para um novo tipo de dança, que simula golpes de luta sem nunca tocar no seu oponente. A faixa chegou a posição de número 17 na UK Singles, e número 13 na Billboard Top Tracks. A faixa tornou-se extremamente popular e foi relançada diversas vezes. Numa dessas ocasiões, na década de '90, chegou ao número 1 na UK Singles. Outra, do mesmo LP, com boa colocação nas paradas foi "Rock The Casbah", que chegou a número 8 na Billboard Hot 100 e a 6a colocação na Billboard Top Tracks. No Reino Unido, na UK Singles Chart, ficou em 30a, embora tenha conseguido ao número 15 quando foi relançada em 1991. 

Este "The Story Of...Vol. 1" é uma pincelada na discografia do grupo inglês que, no Brasil, saiu numa edição com um único CD pela Sony Music (no exterior é um CD Duplo). Vale dar uma conferida.


01 - The Magnificent Seven    [04:30]
02 - Rock The Casbah    [03:44]
03 - This Is Radio Clash    [04:11]
04 - Should I Stay Or Should I Go    [03:9]
05 - Straight To Hell    [05:32]
06 - Armagideon Time    [03:54]
07 - Clampdown    [03:50]
08 - Train In Vain (Stand By Me)    [03:13]
09 - The Guns Of Brixton    [03:13]
10 - I Fought The Law    [02:40]
11 - Somebody Got Murdered    [03:36]
12 - Lost In The Supermarket    [03:50]
13 - Bankrobber    [04:33]

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sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Barry Manilow - Greatest Hits Volume I / Volume II / Volume III (1989)


Esta é uma postagem tripla, com três CDs que contemplam  a coleção "Greatest Hits" lançada pela Arista em 1989. Os três volumes, juntos, trazem um apanhado das melhores músicas do artista entre as décadas de '70 e início da de '80.

"Ships", de autoria de Ian Hunter (ex-Mott The Hoople), é uma letra aparentemente delicada e sensível, mas que esconde um ódio severo que o autor tinha do pai. A distância entre ambos é clara na letra, mas não a raiva. Ele começa narrando uma noite em que passeavam pela praia ("We walked to the sea/Just my father and me"), enquanto cães brincavam na areia. Depois, se sentam e permanecem observando uma luz distante. Apesar dos sentimentos
ruins, o desejo de se dar bem com o pai está presente, principalmente quando o garoto pensa, com estranheza, tê-lo ouvido pedir para segurar sua mão ("(...) did he say 'hold my hand'?")

"We're two ships that pass in the night" compara ambos a navios que apenas navegam na noite. Ou seja, estão lado a lado mas, ao mesmo tempo, não "se conectam"; apenas seguem. Esse distanciamento, cada vez maior, fica evidente quando ele diz "It seems you and I are like strangers a wide ways apart/
As we drift on through time" ("parece que eu e você somos cada vez mais estranhos a medida que avançamos no tempo"). O arranjo e a voz intensa de Manilow só contribuiu para tornar a música mais emotiva; chega quase a doer na alma (numa entrevista ao jornal britânico The Independent, o
próprio Hunter chegou a declarar que Barry "não economizou nos arranjos" da canção). Sem dúvida, uma belíssima música numa belíssima interpretação.

"I Made Through The Rain", gravada originalmente em 1979 por Gerard Kenny (que compôs a melodia), foi regravada por Barry em 1980 e ganhou mudanças severas na letra. A canção inicial falava da vida de compositor que, não importava o que acontecesse (e, ainda que faltasse inspiração), estava lá para escrever e mostrar suas canções. Manilow preferiu dar uma visão mais abrangente, falando das dificuldades que se enfrenta na vida de um modo geral, e não apenas sob a ótica do compositor. Assim, os versos "A true musician plays /Through all the rainy days/And every song survives/It takes the stage by storm/And it keeps the music warm" viraram "We, dreamers, have our ways /Of facing rainy days/And somehow we survive/We keep our feelings warm/Protect them from the storm/Until our time arrives".

No refrão, somente algumas palavras foram trocadas: "I made through the rain/And kept my songs protected" se tornou "I made through the rain/And kept my world protected" (substituindo "my songs" por "world"), e "I made through the rain/And played my point of view" virou "I made through the rain/And kept my pont of view" (substituindo "played" por "kept").

Nos versos seguintes, mudança total de novo: "No matter how it rains/A singer entertains/And music must be made  (...)/Then you play the clouds away/Waiting until you hear /Your music say"" foram reescritos como "When friends are hard to find/And life seems so unkind/Sometimes you feel afraid (...)/'Cause when I chased my fears away/That's when I knew/I could finally say".  Em meio as estes últimos versos, a única frase que se manteve igual em ambas as versões foi "And start your own parade" (que tinha mais a ver com a saga do músico do que com a visão de Manilow  -  mas, ainda assim, serviu). Apesar das diferenças, ambas as gravações obtiveram sucesso: a de Gerard chegou ao top 20 no Reino Unido (Gerard morava em Londres à época); a de Manilow conquistou a décima posição na Billboard Hot 100 e a quarta na Adult Contemporary Chart, ambas nos EUA.

"Ready To Take a Chance Again" é grandiosa. Tema do filme "Golpe Sujo" ("Foul Play"), de 1978, mostra os sentimentos de alguém que sofreu enormemente com o término de um relacionamento e fechou-se em si mesmo, num "abrigo", a salvo do passado, em um lugar onde não há novas "surpresas" ("You reminded me/I live in a shell/Safe from the past (...)/No jolts, no surprises (...)"), mas ainda com uma tremenda insegurança ("(...) doin' okay, but not very well"). Até que, finalmente, conhece um novo amor e resolve tentar novamente ("And I'm ready to take a chance again/Ready to put my love on the line with you"). A canção foi escrita por Charles Fox e Norman Gimbell e permaneceu por duas semanas na posição de número 11 na Billboard Hot 100. Chegou a ser indicada para o prêmio de Melhor Canção mas perdeu para "Last Dance", de Donna Summer.

O hit "Copacabana (At The Copa)", apesar do nome, não é uma referência ao Rio de Janeiro, embora tenha sido inspirada por ela. À época, Manilow e os compositores Jack Feldman e Bruce Sussman visitavam Copacabana. O nome do bairro carioca ficou na cabeça e decidiram criar uma estória em cima disso, mas ambientada em Havana, e com uma boate levando seu nome. A música narra, então, a estória de Lola, uma dançarina do local, cujo namorado também trabalhava lá como barman. Um dia, Rico, aparentemente um gângster, aparece, todo pomposo, exibindo seus apetrechos repletos de diamantes. Ele pára seu olhar em Lola, que dança vorazmente, e decide dar em cima dela. Tony, do bar, vê a cena e, enciumado, parte para a briga. Baleado, Tony acaba morrendo. A narrativa, então, salta trinta anos: Lola continua frequentando o local, que acabou se tornando uma discoteca. Usando ainda a mesma roupa que usava para dançar, ela agora permanece sentada entre os clientes e fica ali, todo o tempo, meio "fora de órbita"pela perda não superada. A ficção rendeu a posição de número 8 na Billboard Top 40, chegando também ao top 10 na Bélgica, Canadá e França. Em 1985, a música deu origem a um especial de TV e, depois, a uma peça de teatro, ambas chamada "Copacabana".

Escrita por Scott English e Richard Kerr, e gravada inicialmente por Scott em 1971, "Brandy" se tornou "Mandy" na voz de Manilow, por opção do próprio cantor (o objetivo era que ela não fosse confundida com a canção homônima do grupo Looking Glass, de 1972). Em sua voz, a música chegou ao número 1 da  Billboard Hot 100 em 1974. Foi o primeiro grande sucesso do artista, e lhe rendeu um disco de ouro. No Brasil, em 1989, a música ganhou uma versão em português apenas para figurar no comercial da rede de lojas Bunny's, na voz de Alaor Coutinho, renomeada para "A Gente" ("Eu me lembro de você/Mesmo sem te conhecer (...)").

"I Write The Songs", escrita por Bruce Johnston, foi gravada por Manilow por sugestão do produtor  e presidente da Arista Records Clive Davis. Embora a canção pareça ser narrada por um compositor, falando de suas próprias composições (o que a tornaria um tanto egocêntrica), quem narra é, na verdade, a própria Música, como se ela fosse uma entidade própria: "I put the words and the melodies together/I am Music and I write the songs" (eu coloco letra e melodias juntas/Eu sou a música e escrevo as canções).  A letra quer convencer o ouvinte, então, do valor da Música na vida de cada pessoa, mostrando que é graças a ela que palavras e melodias, juntas, ganham sentido. É uma viagem pelo ponto de vista da Música, dizendo que ela tem sempre um lugar cativo na alma do ouvinte, que faz jovens garotas chorarem e que preenche corações, vivendo lá, dentro de cada um. Canção bem delicada, mas que requer atenção para não ser interpretada sob uma ótica meio narcisista.

"Memory" saiu do musical da Broadway "Cats", e foi escrita por Andrew Lloyd Weber e Trevor Nunn. A primeira gravação saiu na voz de Elaine Page, em 1978, que interpretou Grizabella, a gata que entoa a canção na peça. A música retrata como a personagem se sente ao ser excluída pelos seus companheiros, relembrando o tempo em que era feliz. Ganhou arranjos e interpretação fenomenais na voz de Barry.

Há outras faixas que não podem ficar sem menção. "Can't Smile Without You", de Christian Arnold, David Martin e Geoff Morrow, teve várias regravações, mas foi a de Barry que ficou mais conhecida, chegando a número 1 na Billboard Adult Contemporary e número 3 na  Billboard Hot 100. A aparente otimista "Looks Like We Made It" ("Parece que conseguimos") conta, na verdade, que o casal em questão conseguiu superar a crise no amor, mas não juntos e, sim, com outros parceiros - segundo o próprio autor Will Jennings, a letra é propositalmente irônica, mas rendeu vários números 1 nos EUA. "Even Now", que dá nome ao quinto álbum do artista, foi escrita por ele em parceria com Marty Panzer e fala de um amor perdido. Belíssima canção, também conseguiu a primeira colocação na Adult Contemporary Chart em 1978. E "Somewhere In The Night", embora a de Barry não tenha sido a primeira gravação, com certeza é a melhor - fruto dos compositores Richard Kerr e Will Jennings.


CD 1
01 - Mandy    [03:25]
02 - New York City Rhythm    [04:45]
03 - Looks Like We Made It    [03:37]
04 - Daybreak    [03:11]
05 - Can't Smile Without You    [03:15]
06 - It's A Miracle    [03:57]
07 - Even Now    [03:33]
08 - Bandstand Boogie    [02:53]
09 - Tryin' To Get The Feeling Again    [03:53]
10 - Some Kind Of Friend    [04:04]

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CD 2
01 - Could It Be Magic    [06:51]
02 - Somewhere In The Night    [03:30]
03 - Jump Shout Boogie    [03:07]
04 - Weekend In New England    [03:48]
05 - All The Time    [03:19]
06 - This One's For You    [03:32]
07 - Copacabana    [05:48]
08 - Beautiful Music    [04:40]
09 - I Write The Songs    [03:58]
10 - You're My Only Girl (Jenny)    [03:35]

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CD 3
01 - Ships    [04:04]
02 - Let's Hang On    [03:12]
03 - Ready To Take A Chance Again    [03:05]
04 - Read 'Em And Weep    [05:29]
05 - Somewhere Down The Road    [04:0]
06 - One Voice    [03:05]
07 - The Old Songs    [04:44]
08 - I Made It Through The Rain    [04:28]
09 - Dirt Cheap   [03:50]
10 - Memory       [04:58]

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